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GESTÃO
Saúde Financeira e o
Papel do RH
Os desafios da inovação da laborador lida com sua vida
gestão humana são muitos e financeira ou seja, com seu
não podemos nos esquecer salário tem gerado impactos
da questão da saúde finan- na sua produtividade e em
ceira do colaborador, cada sua relação com a empresa
vez mais a forma como o co- na qual trabalha.
Vamos tratar de um assunto que muitos precisam e pouco enfrentam
Infelizmente não temos o quesito Educação Financeira tratada adequadamente como po-
lítica pública no Brasil. Para se ter uma ideia, os Estados Unidos iniciaram seu projeto de
Educação Financeira nas escolas na década de 50 e o Brasil, timidamente, começou agora. Você quer esperar o
Ou seja, temos uma legião de adultos no mercado de trabalho, atuando em empresas de todos programa de educação
os segmentos, com formação escolar e até diplomas universitários, no entanto, sem nenhuma
educação financeira. financeira no Brasil decolar
ou vai fazer a diferença
Esses trabalhadores estão, cada vez mais, tendo acesso ao crédito fácil, rá- agora na sua vida e na
pido e caro, aumentando substancialmente o endividamento e o descontro- dos colaboradores da
le sobre o orçamento doméstico familiar. E esta falta de controle financeiro
pode levar a inadimplência, e isto é preocupante. Podemos dizer que a saúde sua empresa? RH
física e a saúde financeira praticamente caminham juntas. Senão vejamos: o
que isso tem a ver com a gestão de pessoas?
Estudos revelam que devedores apresentam um grande risco de perder o controle sobre
a ansiedade e o estresse. Os sentimentos de incapacidade e impotência com o acúmulo de
despesas limitam o desempenho e podem resultar, muitas vezes, em casos de depressão. En-
dividados são mais ansiosos, estressados e tem dificuldade de concentração. Os problemas
financeiros, na maioria das vezes, geram graves problemas familiares que acabam por afetar
o desempenho no trabalho.
Em geral, o colaborador endividado tem a sensação de que é mal remunerado, vive pedin-
do empréstimos, adiantamentos, vales, antecipação de férias e 13º salário e muitos querem
fazer “acordo” para serem demitidos acreditando que a verba rescisória irá mudar suas vidas.
As consequências que percebemos com o aumento do endividamento dos colaboradores no
médio prazo é que há uma diminuição da motivação e da produtividade, gerando um aumento
no custo de rescisão e, consequentemente, um aumento no custo de contratação e treinamen-
to de novos colaboradores.
Ou seja, este é um assunto que precisa ser considerando na inovação da gestão humana Janaine Pimentel
por parte das empresas, pois o trabalhador que tem a vida financeira em ordem estará mais Diretora Executiva do Sicoob
concentrado no trabalho, produzindo melhor e tendo uma melhor percepção do seu salário. UNI Guarulhos.
10 www.rhemrevista.com.br | novembro 2018