Page 11 - Jornal RH em revista - Edição 8
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ARTIGO
Só que uma coisa é saber que a morte faz parte da vida lembrada é “Paciência “do pessoas que amamos, sem-
e na verdade é a nossa única certeza. Outra coisa é a morte Lenine que diz: O mundo pre com bom senso e sem
espreitar e tornar-se uma ameaça cada vez mais presente e vai girando cada vez mais paranoias. Devemos seguir
próxima. Quando os números com os quais somos bombar- veloz, a gente espera do as recomendações médi-
deados diariamente na TV, na internet, nos jornais e revistas mundo e o mundo espera cas e caso aconteça de nos
passam a ter nomes, o quadro fica completamente diferen- de nós, um pouco mais contaminarmos, procurar o
te. Quando estes nomes são de nossos amigos, familiares, de paciência”... Não estou tratamento adequado. Lidar
pessoas que amamos, passamos a sofrer muito mais e com propondo uma alienação com o medo da morte não
isso podemos aumentar ainda mais o sentimento de culpa em relação aos noticiários, pode nos colocar em pâni-
pelo simples fato de podermos colocar as vidas que nos são mas um saudável caminho co. É necessário acima de
mais preciosas em risco. do meio, no qual se filtre o tudo salvaguardar a lucidez
que chega até nós e consi- e não ficarmos reféns de
gamos manter a calma, a nossos próprios medos. A
serenidade e a lucidez. É vida é tão rara, tão preciosa,
por esse motivo que várias que precisamos ter a sabe-
pessoas e empresas estão doria para enfrentar nossas
fazendo uso de meditação- angústias e darmos um sig-
uma forma de se manter no nificado a ela. A consciência
eixo, mais equilibrado, me- de nossa finitude deve fazer
nos refém da situação. De- com que cada segundo seja
vemos fazer tudo que esti- valorizado. Que possamos,
ver ao nosso alcance para como humanidade, usar-
diminuirmos o risco de mos este cenário desafiador
contaminação nossa e das para a nossa evolução! RH
Como se não bastasse, há também um bombardeio de
pessoas que não necessariamente dominam um tema (ali-
ás, em sua maioria não dominam mesmo), mas se dão o
direito de expressar suas opiniões, como se autoridades
fossem. Nunca tivemos tantas lives. Algumas muito boas
até, seja de conteúdo técnico, algumas de artistas que nos
trazem alguma alegria e consolo, mas muitas um pouco
alarmistas e nem sempre embasadas tecnicamente.
O gestor de pessoas se vê na posição de não ter, mas ter
que ter pra dar, para usar expressão de uma canção popular
brasileira. Com medo de ser mal avaliado, com medo de até
perder o emprego (outro fantasma cada vez mais real), pen-
sa que precisa saber as respostas para tudo e mostra-se
muito seguro, o que não é uma verdade absoluta.
Não é só o quadro causado pela doença que nos tira o
ar, este excesso de informações, às vezes contraditórias,
também está nos tirando o ar e criando um ambiente propí-
cio para doenças psicossomáticas, criadas pela nossa ca-
beça. Não é a toa que uma das musicas que mais tem sido